domingo, 29 de agosto de 2010

A escolha do nome....

Não mais as páginas amareladas guardadas em caixas antigas. Eu não tenho nada contra páginas amareladas ou caixas antigas, ao contrário, cresci cercada de registros do passado. São tão frágeis, porém, que percebo como são necessárias formas de passar adiante minha herança de palavras. Aqui será meu sótão, meu arquivo,meu baú,minha carta.
Que nome daria a este espaço? Era preciso um nome coeso, forte, direto e tradutor da minha lavra. Em um êxtase de narcisismo, confesso, tomei o meu nome próprio como guia. Não, não foi somente por isso.... O que pode nos definir mais do que o nosso nome? Nomeação tão entranhada em nossa identidade.
Quando penso "Bárbara", não penso no sinônimo de algo extraordinário. Quando penso"Bárbara", penso na origem da palavra. Em tudo o que não era visto como civilizado, fora das normas, marginal em relação a cultura difundida, desconhecido. É inevitável aludir ao filme "Invasões Bárbaras", o qual infelizmente não assisti ainda, mas sobre o qual não consigo parar de pensar ao ler um resumo do roteiro. A relação entre pai e filho, hoje  e antes.
O que irei escrever será sobre as relações do hoje e do antes dentro da minha história, o que eu tenho de marginal, o que eu deixo me invadir quando estou dentro deste quarto vermelho.